quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nostalgia...

Palavra de origem francesa - nostalgie -, é o estado melancólico causado pela falta de algo. Misto de alegrias e tristezas. É, em particular, fiel escudeira. Às vezes aparece para auxilio da mente ... outras tantas para esmagar pobres corações. Surge do nada e com o pé na porta não pede licença, entra e toma conta de tudo. Dizem ser característica nata - porém não exclusiva - de cancerianos. O que a traz? A chuva, um dia de sol, talvez uma música ou mesmo um objeto. Toca o mais íntimo de nosso ser. Capaz de nos transportar por décadas e décadas a lembranças remotas. Nos reconduz a momentos ímpares - fatos findos. Em boa parte das vezes, é até difícil conter as lágrimas - que descem frias pelas maçãs do rosto e pousam no colo -, carregadas do mais tocante aroma - aquele que não volta mais. Lembranças... Soltas ao vento, são como as bolas de sabão de uma infância distante.
Uma infância de corda, pique-esconde, pega-pega, bola de gude, ioiô, taco, queimada - que juntos, resultavam em uma combinação de ardência única - merthiolate - até então permitido - com band-aid. Risos e choros ... Permanecer enclausurado entre quatro paredes era algo inconcebível. O céu e a rua eram o limite. Os jogos e amizades eram reais e vivenciados ao extremo. Uma vida regrada e sem regras. Tínhamos obrigações e horários definidos. A escola vinha seguida da lição de casa ou tarefa. Depois disso, liberdade. Sentíamos o frescor do vento em nosso rosto sujo e suado. Tudo acontecia ao seu tempo. As descobertas, ensinamentos ... a vida. Não se pulavam etapas... Em determinados horários, a canção dos risos que tomava a rua era substituída pelos gritos - chamados de gerações de genitoras para a farta mesa. Uma festa!!! As mãos eram lavadas pelo simples hábito já que germes, micróbios e bactérias não existiam. Não existe o que não se vê!!! Para mim, tudo isso acontecia com mais intensidade na casa minha avó - Dona Adal - figura ilustre e única. Na maior parte das vezes eram tantas crianças que a preferência era por guloseimas que rendessem e muito. Pães recheados - salgados e doces. Leite, muito leite!!! Às vezes temperado com gemas e vinho - sinônimo de crianças felizes e saudáveis. O que nunca faltava era o bolo de gelatina - retrato de infância. Redondo, colorido e divertido - como as bolhas de sabão - dava asas a nossa imaginação...
Nostalgia - ainda não sei se triste ou feliz ... 
hoje, ela me faz companhia. 
Priscilla Sarah - aprendiz de cozinheira.

2 comentários:

  1. Moça eu gosto muito desse doce,mas gosto muito mesmo,gosto mais do que bala de alfinis que também leva meus pensamentos em viagem para minha infância não sei se triste ou feliz sei que se eu comemorar meu aniversário com festa um dia, quero uma variação infinita de dois doces,adivinha!!!!

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